Na canção popular, 'Modinha para Gabriela', de Dorival Caymmi e cantada por Gal Costa, é dito:Eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou sempre assimVou ser sempre assim, Gabriela, sempre Gabriela
No meu último post sobre não matar o ego, eu compartilhei sobre as limitações de olhar o mundo através do buraco de uma fechadura. Com desculpas a qualquer leitora que se chame “Gabriela”, vou usar aqui o exemplo desta canção. Pelas palavras, fica claro que ela está presa em sua identidade de Gabriela - o que provavelmente inclui seu corpo, seus papéis e, mais definitivamente, a sua história. Ela está tão encerrada na idéia de “ser” Gabriela que nem acredita que pode mudar.
Às vezes ficamos tão absortos em nós mesmos, que não conseguimos enxergar além das nossas próprias limitações. Lembro que uma vez, eu estava me preparando para uma apresentação e quando mexia com o projetor, uma mulher participante do curso me perguntou se poderíamos ter uma conversa sobre algo pessoal. Eu disse a ela que eu estava ocupado, mas que ficaria muito feliz em sentar com ela durante o intervalo. Aparentemente ela não me ouviu e começou a me contar sua história. Depois de algum tempo, eu a interrompi e disse que não estava ouvindo porque realmente precisava terminar o que estava fazendo. Então, mais uma vez eu disse que iria encontrá-la durante o intervalo. Ela continuou falando por mais cinco minutos enquanto eu continuava a fazer o que eu estava fazendo. Finalmente, ela me agradeceu por conceder-lhe aquele tempo e foi embora. Eu não tinha idéia do que ela estava falando. Quando me encontrei com ela no intervalo, perguntei se ela queria falar comigo naquele momento. Ela disse que estava tudo bem, uma vez que já tinha falado comigo mais cedo de manhã. Então ocorreu-me o quanto podemos estar tão absortos em nossas histórias, a ponto de não perceber o que está acontecendo ao nosso redor. (Ela falou dez minutos sem perceber que eu estava fazendo outra coisa!)Quando nós nos enfiamos em uma identidade, caracterizada pela canção acima, o ego tipo-Gabriela filtra tudo.Se houver ofensa, Gabriela é a ofendida. Se houver insegurança, Gabriela se perde no jogo de se comparar com os outros, de comparar seu presente com seu passado e o presente com uma série de possíveis futuros fantasiados. Ela tende a ver os defeitos dos outros à luz de suas próprias virtudes e suas virtudes, à luz da sua falta delas. Ela precisa “estar certa” a maior parte das vezes, de modo a satisfazer o seu próprio senso de ser Gabriela.O diagrama mostra o que precisamos fazer para mudar a autoreferência constante para os nossos próprios egos tipo Gabriela.Há três elementos que precisamos introduzir em nossas conversas internas:
No meu último post sobre não matar o ego, eu compartilhei sobre as limitações de olhar o mundo através do buraco de uma fechadura. Com desculpas a qualquer leitora que se chame “Gabriela”, vou usar aqui o exemplo desta canção. Pelas palavras, fica claro que ela está presa em sua identidade de Gabriela - o que provavelmente inclui seu corpo, seus papéis e, mais definitivamente, a sua história. Ela está tão encerrada na idéia de “ser” Gabriela que nem acredita que pode mudar.
Às vezes ficamos tão absortos em nós mesmos, que não conseguimos enxergar além das nossas próprias limitações. Lembro que uma vez, eu estava me preparando para uma apresentação e quando mexia com o projetor, uma mulher participante do curso me perguntou se poderíamos ter uma conversa sobre algo pessoal. Eu disse a ela que eu estava ocupado, mas que ficaria muito feliz em sentar com ela durante o intervalo. Aparentemente ela não me ouviu e começou a me contar sua história. Depois de algum tempo, eu a interrompi e disse que não estava ouvindo porque realmente precisava terminar o que estava fazendo. Então, mais uma vez eu disse que iria encontrá-la durante o intervalo. Ela continuou falando por mais cinco minutos enquanto eu continuava a fazer o que eu estava fazendo. Finalmente, ela me agradeceu por conceder-lhe aquele tempo e foi embora. Eu não tinha idéia do que ela estava falando. Quando me encontrei com ela no intervalo, perguntei se ela queria falar comigo naquele momento. Ela disse que estava tudo bem, uma vez que já tinha falado comigo mais cedo de manhã. Então ocorreu-me o quanto podemos estar tão absortos em nossas histórias, a ponto de não perceber o que está acontecendo ao nosso redor. (Ela falou dez minutos sem perceber que eu estava fazendo outra coisa!)Quando nós nos enfiamos em uma identidade, caracterizada pela canção acima, o ego tipo-Gabriela filtra tudo.Se houver ofensa, Gabriela é a ofendida. Se houver insegurança, Gabriela se perde no jogo de se comparar com os outros, de comparar seu presente com seu passado e o presente com uma série de possíveis futuros fantasiados. Ela tende a ver os defeitos dos outros à luz de suas próprias virtudes e suas virtudes, à luz da sua falta delas. Ela precisa “estar certa” a maior parte das vezes, de modo a satisfazer o seu próprio senso de ser Gabriela.O diagrama mostra o que precisamos fazer para mudar a autoreferência constante para os nossos próprios egos tipo Gabriela.Há três elementos que precisamos introduzir em nossas conversas internas:
- Eu sou o ser espiritual - energia consciente ou alma - e eu tenho um corpo. Ele é meu instrumento para expressar o que está em mim e experimentar o resultado dessa expressão. Esta consciência abre a porta para perceber outros como almas e até mesmo de intuir as dimensões além desta dimensão física. Afinal, se sou uma energia espiritual - e não a minha forma material - há outras questões a considerar.Se eu não sou matéria, então, eu não vim dela. O lugar que tentamos chegar na meditação ou oração e que é lembrado em todas as tradições religiosas - o céu ou nirvana - é uma dimensão de luz, o lar das almas.
- Eu sou o ator e eu tenho diversos papéis relacionados com a família, profissão, interações sociais e até mesmo cultura, religião e nacionalidade. Eu sou um e os papéis são muitos. Se eu tiver essa consciência, posso administrá-los melhor. Quando estou com minha família, desempenho papéis de família. No trabalho, eu coloco esses chapéus específicos e faço o que tenho de fazer. Partindo de uma identidade sólida, eu posso controlar melhor meus pensamentos e sentimentos relacionados a cada função. Posso ver que cada ser humano é um ator nesta peça da vida. Eu não posso controlar os papéis de qualquer outra pessoa. Tenho apenas que prestar atenção aos meus próprios, para entender como harmonizar com os dos outros.
- Eu não sou a minha história. Eu sou o protagonista dela. Em um determinado momento durante aa gravidez de minha mãe, eu vim para o útero e comecei a dar vida ao meu corpo minúsculo. Em outro momento futuro, vou deixá-lo. Desta forma, eu posso entender que tenho existido antes desta vida e, mesmo depois também, eu, a alma, vou continuar uma história maior. A história desta vida é apenas um capítulo de um livro. Quando eu uso essa perspectiva, eu posso começar a usar o meu potencial inexplorado para fazer mudanças no curso desta vida.
Utilizando estas três formas poderosas de consciência, podemos realmente mudar a forma como interagimos neste mundo, através das coordenadas do ego limitado - corpo, papéis e história. Deste modo, não precisamos matar o ego (o que de fato significaria matar essas três formas). Temos que aprender a operar melhor através dele sem negar sua importância.
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